sexta-feira, 12 de setembro de 2014

“Certamente, somos feitos assim, sempre nos comparando com tudo e com todos; desse modo, felicidade ou desgraça encontram-se nas coisas que nos unem e, nesse caso, não há nada mais perigoso do que a solidão. A nossa imaginação, inclinada por natureza a elevar-se, alimentada pelas imagens fantásticas da arte poética, cria uma série de seres, dos quais somos os mais insignificantes, e tudo o que está além parece-nos mais magnânimo e mais perfeito. E é muito natural. Frequentemente sentimos que nos falta muita coisa e parece que quase sempre um outro possui exatamente aquilo que nos falta, atribuímo-lhe tudo o que temos, até mesmo uma certa satisfação ideal. E assim criamos a felicidade perfeita, uma invenção nossa.”
Goethe em Os sofrimentos do jovem Werther

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